A Gás Verde, do Grupo Urca Energia, acaba de adquirir a empresa portuguesa ENC Energy e suas oito térmicas a biogás. Diante deste cenário, a Gás Verde passa a atuar em mais cinco estados brasileiros: São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Maranhão. As usinas, que atualmente produzem energia elétrica a partir de biogás, serão convertidas em unidades de biometano, num investimento total de R$ 600 milhões até 2026, incluindo logística. Com a operação, a Gás Verde passa a processar, de imediato, 1 milhão de metros cúbicos/dia de biogás e consolida sua posição de liderança no mercado. Atualmente, a empresa produz 130 mil m³/dia a partir do Aterro Sanitário de Seropédica (RJ), o maior da América Latina.

Segundo o CEO da Gás Verde, Marcel Jorand, com o projeto de expansão, a companhia passará a oferecer a cada vez mais empresas uma solução definitiva para reduzir e até eliminar as emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE), a partir de um combustível 100% renovável.

Ainda em 2023, a produção da Gás Verde em Seropédica será elevada para 170 mil m³/dia, chegando a 200 mil m³/dia em 2024. A partir de 2025, as térmicas a biogás da Gás Verde, localizadas em São Luís (MA), Igarassu (PE), Nova Iguaçu (RJ) e São Gonçalo (RJ), também serão convertidas em unidades produtoras de biometano da Gás Verde. Com isso, em 2025, a companhia alcançará a marca de 470 mil m³/dia de biometano e, em 2026 chegará aos 580 mil m³/dia.

O Brasil tem potencial para atingir cerca de 117 milhões de Nm³/dia de biometano, o suficiente para substituir 70% do consumo de diesel no país. Com 100% de produção nacional, o biometano é um combustível inteiramente limpo e renovável e, além de praticamente zerar as emissões de gases de efeito estufa, tem a vantagem de ser imune às oscilações da taxa de câmbio e da cotação internacional do barril do petróleo.

Usina de gás carbônico verde

A Gás Verde construirá também a primeira usina de gás carbônico verde a partir de aterros sanitários, em Seropédica, no estado do RJ. A usina que já está em licenciamento, deve começar a operar em 2024, gerando 100 toneladas de gás carbônico verde por dia. O volume representa aproximadamente 10% do consumo diário do Brasil, cujo total é de 1.100 toneladas. O CO2 verde é usado na indústria de alimentos e bebidas, nos processos de gaseificação de líquidos e congelamento de alimentos; na metalurgia, no tratamento térmico de soldas, e no setor de saneamento para o tratamento de efluentes.